É preciso exigir dos construtores uma planta demonstrando que no solstício de inverno o sol penetrará em cada moradia, no mínimo 2 horas por dia. Na falta disso será negada a autorização para construir. Introduzir o sol é o novo e o mais imperioso dever do arquiteto. (LE CORBUSIER, Carta de Atenas, 1935 – ponto 26).
Dá pra imaginar o que aconteceria se um requisito desses fosse aprovado em um plano diretor aqui no Brasil? Qual seria a reação dos construtores? Imagino que não seria das mais favoráveis…
E, no entanto, por que não? Qual seria uma justificativa plausível para discordar desse requisito? Sugestões nos comentários…
Os construtores encontrariam milhões de justificativas para discordar desse requisito. Diriam até que um plano diretor desses estaria emperrando o desenvolvimento econômico da cidade. Aliás, só sabem falar daquilo que diretamente afetam os seus bolsos. A impressão que se tem é que os conceitos ambientais, sociais e culturais de uma cidade foram abolidos do vocabulário. Culpa também nossa, arquitetos e urbanistas, que recuam ante as bobagens que fazem por aí e abaixam a cabeça mesmo vendo que estão fazendo tudo errado. Faltam profissionais orientadores e planejadores do ambiente urbano e não projetistas agindo como robôs programados para agirem sempre da mesma maneira.