Manhattan 400 anos atrás

Pesquisadores americanos fizeram uma simulação de como seria a Ilha de Manhatan 400 anos atrás, antes da ocupação desenfreada que se seguiu nos séculos posteriores. As imagens são belíssimas, e nos fazem pensar sobre a ação humana sobre o ambiente. O impacto causado pela urbanização sobre os aspectos ambientais é inegável.  O que fazer? Sem dúvida o debate sobre a sustentabilidade é importantíssimo nos dias de hoje.

Acredito que nós planejadores ainda estejamos engatinhando nesse aspecto e, nesse sentido, acho que falta maior integração com os profissionais mais especializados (biólogos, engenheiros florestais, engenheiros sanitaritas, geógrafos, etc.). É um diálogo que tem que acontecer de forma mais intensa do que vem acontecendo até agora, para permitir a interdisciplinaridade (e não apenas multidisciplinaridade), ou seja, que os saberes do nosso campo de conhecimento sejam realmente influenciados e – por que não? – reformulados por uma visão mais preocupada com as questões ambientais.

Nessa linha, uma ótima sugestão de leitura é o livro “Jardim de Granito” de Anne Spirn. Ela fala sobre as questões ambientais no contexto das cidades, e oferece ótimos insights sobre possíveis caminhos a serem seguidos. Recomendo.

Manhattan 400 anos atrás

Manhattan 400 anos atrás

Manhattan 400 anos atrás

Crédito das imagens e mais detalhes: Mapping Mannahatta.

4 thoughts on “Manhattan 400 anos atrás

  1. gabriel says:

    as imagens são realmente bonitas, mas fico ainda me perguntando a que de fato elas vieram ou o que têm de fato a dizer. Está claro para todos que nos últimos 150 anos a ilha transformou-se totalmente, ganhou outra escala, etc. Mas ainda não vejo no desenvolvimento das imagens muito mais que um certo sentido de propaganda, um certo “voluntarismo ambiental”.

    A ideia de “sustentabilidade” é uma grande falácia criada pelo capitalismo para que ele possa sobreviver e para continuar a gerar exploração e violência. Será que a ilha de Manhattan, transformada do jeito que está, é “insustentável”?

    Este mapa (http://www.wired.com/images_blogs/photos/uncategorized/2008/04/16/newvulcan.jpg) é muito interessante: mostra como é justamente nas cidades MAIS densamente ocupadas nos EUA que emite-se MENOS CO2!! Ou seja: a emissão de CO2 por pessoa em Los Angeles é muito maior que em NY.

    Nas regiões do país onde os subúrbios ricos, baseados no automóvel, se proliferaram (e onde os arquitetos adora projetar “casas sustentáveis”) é onde emite-se MUITO MAIS CO2 por família!

  2. Susan Eipper says:

    Essas imagens são realmente impressionantes e frutos de uma pesquisa detalhada a respeito da história natural de Nova Iorque. O foco de grande parte deste livro é justamente “descobrir” como era a cidade em 1609 e não comparar sua sustentabilidade hoje e naquele momento histórico. Entretanto, o último capítulo do livro aborda o tema de como as técnicas utilizadas nesta pesquisa podem ajudar a desenvolver uma cidade mais sustentável no futuro. Seguindo os mesmos princípios é então realizado um estudo de como Nova Iorque poderia ser no ano de 2409. Aqui está uma palestra muito interessante a respeito deste projeto:

    http://www.ted.com/talks/eric_sanderson_pictures_new_york_before_the_city.html

    Na minha opinião o grande potencial deste trabalho (no que se refere ao urbanismo) é justamente a inclusão de novas técnicas no processo de planejamento, as quais proporcionam uma abordagem bastante detalhada e interdisciplinar sem perder a escala do todo.
    A questão levantada pelo Renato Saboya da interdisciplinaridade talvez seja aqui solucionada, já que o trabalho de diferentes áreas são trazidos a uma mesma plataforma, cujos resultados são frutos da combinação dessas diferentes áreas.
    Entretanto, vejo ainda como desafio a escolha correta das condicionantes do desenvolvimento de uma cidade e sua população, as quais são determinantes para que esta metodologia gere propostas coerentes e eficazes.

  3. Susan Eipper says:

    Olá Renato, eu havia escrito o ano errado na primeira postagem (1409 ao invés de 2409), por isso tem duas postagens minhas. Aproveito para te parabenizar pelo site, o qual acompanho há algum tempo já.

  4. Mário Tompes says:

    Gabriel
    Desculpe, mas não entendi seu argumento de que a ideia de sustentabilidade é uma grande falácia, porque só contribuiria para a prolongar a sobrevivência do capitalismo. Do seu argumento seria possível então concluir que intensificando a dilapidação do planeta e provocando sua inviabilização seria aceitável, já que provavelmente aceleraria a implosão do capitalismo. Sinceramente, não penso assim! A promoção da sustentabilidade é necessária em qualquer modelo de sociedade. É perfeitamente possível, e bem mais inteligente, defender a sustentabilidade e combater as mazelas do capitalismo simultaneamente. O que lhe parece?

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