Arquitetura e Urbanismo: inevitavelmente vinculados?

Que existe uma relação muito próxima entre a Arquitetura e o Urbanismo ninguém pode negar. Mas, em outros países, a “Architecture” e o “Urban Planning” são vistos como dois cursos diferentes. Complementares na prática, mas distintos em sua formação e constituição do campo.

Este assunto é estranhamente pouco discutido no Brasil, com exceção de toda a polêmica envolvendo a criação de um curso de Urbanismo (sem Arquitetura) na Bahia, e está longe de ser resolvido. A Lei do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) teve um artigo que tocava nessa questão, mas que foi vetado pelo Presidente Lula:

“Art. 67. Fica garantido o direito de registro no CAU ao profissional diplomado em urbanismo, cujo campo de atuação profissional será definido em função da respectiva formação acadêmica.”

Razões do veto

“A formação do arquiteto e urbanista abrange o estudo do urbanismo, mas não se limita a este, englobando um espectro mais amplo de matérias e conteúdos curriculares. Por consequência, os profissionais formados em curso de urbanismo desmembrado da arquitetura têm campo distinto de atuação, não cabendo seu registro nos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo.”

Fonte: aqui.

Um texto bem interessante (e sem a pretensão de ser imparcial, o que é algo bom para aprofundar o debate) sobre a questão pode ser lido no Arquitextos:

O CAU e a farsa corporativa da vinculação exclusiva do urbanismo com a arquitetura, por Glória Cecília Figueiredo.

Está aberta a discussão.

18 thoughts on “Arquitetura e Urbanismo: inevitavelmente vinculados?

  1. Luiz Antonio de Jesus Jr says:

    Acredito que dentro da formação do Arquiteto deveriam haver “habilitações” que permitissem com o direcionamento do estudo complementa-las, urbanismo, paisagismo, arquitetura de interior, sistemas estruturais (cálculo), me sinto plenamente capaz de calcular um prédio ou planejar um bairro, mas incapaz de especificar corretamente uma grama ou detalhar um móvel. Infelizmente todas reuniões para a formação do CAU tem sido a portas fechadas, impedido o arquiteto “comum” de participar e opinar, ao menos em Sampa.

    1. Antonio Soares says:

      Você tem que cobrar transparência e participar dos debates.

  2. Ângelo Arruda says:

    Caro Renato.

    Eu não entendi direito sua postagem. Arquitetura e Urbanismo: inevitavelmente vinculados? é uma pergunta. Se é uma pergunta, alguém tem de responder e eu me arrisco a colocar lenha na fogueira da discussão. Estamos no Brasil e se estamos aqui, não há farsa em colocar (arq e urb) juntos. Alías não é junto é uma coisa só. Quem é arquiteto e urbanista é arquiteto e urbanista. Ponto. A profissão não trata de campo – no sentido de lutas e forças em disputa-, mas sim de título. Urbanismo é ciência; arquitetura é processo, separadamentes. Nosso título e não nosso campo, é junto. Senão teriamos que ter o titulo de ARQUITETO E URBANISTA E PAISAGISTA E RESTAURADOR e por ai vai. Portanto, não há discussão de título e formação. Campos de formação não se enfrentam, se apoíam e se integram. Daí sugiro retirar a interrogação da pergunta título da postagem.

    Quanto ao texto da menina da Bahia, sem comentários. Revela a falta de nivelamento que o tema trás para o país. Apoiar a discussão de um titulo profissional em ” o que eu faço na vida: arquitetura ou planejamento urbano?” Faça o que voce quiser mas aprenda a fazer e não use as ferramentas da burocracia para se apoiar, e fazer disso uma vida profissional.

    O veto do Lula ao artigo 67 era necessário Saboya, você goste ou não pois nosso título é ARQUITETO E URBANISTA.

    Abraços

    1. Renato Saboya says:

      Ângelo:
      Obrigado pela lenha na fogueira, era justamente essa a intenção. Permita-me adicionar um pouco mais.

      Eu discordo de vários dos seus argumentos, a começar pelo começo: é uma pergunta sim, mas nem por isso eu tenho a obrigação de responder, como deixas implícito. A intenção era justamente suscitar o debate, o que pelo visto está funcionando. Onde está escrito que, se eu coloco uma pergunta no título do meu blog, sou obrigado a respondê-la?

      Depois, você diz: “Quem é arquiteto e urbanista é arquiteto e urbanista. Ponto.” Correto, mas isso está longe de significar que sempre será assim e que não há nada que possa ser feito, ou que não se possa discutir o assunto, desafiá-lo, olhá-lo sob outros pontos de vista, etc. Se assim for, corremos o risco de estagnar, ficar preso ao status quo, renunciar ao direito de questionar o modo como as coisas são atualmente, e de propor modificações. O mesmo vale para “Portanto, não há discussão de título e formação“. Não dá, em nenhum momento, para proibir o questionamento e a discussão sobre qualquer assunto que seja, ainda mais um assunto polêmico como esse. O tempo dos assuntos proibidos já passou.

      A profissão não trata de campo – no sentido de lutas e forças em disputa-, mas sim de título.” Acho uma visão reducionista do problema. Nossa profissão trata-se sim de lutas e forças em disputa, quer queiras ou não, além, obviamente, de outros aspectos, entre eles a questão do título.

      Urbanismo é ciência; arquitetura é processo, separadamentes.“. Reduzir o Urbanismo a ciência é negar seu caráter político, comunicativo, subjetivo, imerso em valores (muitas vezes em conflito). É negar o papel da ideologia, da manipulação, dos jogos de poder e opressão e mais uma série de aspectos que dele fazem parte. O mesmo vale para a arquitetura. Tudo bem, reconheço que qualquer tentativa de definição desses conceitos sempre será passível de contestação (especialmente de incompletude), ainda mais em um única frase, mas de qualquer forma me preocupou.

      Campos de formação não se enfrentam, se apoíam e se integram. ” E podem fazê-lo dentro de um único título ou não, como qualquer conjunto de profissões afins pode facilmente atestar. Seu argumento não significa que arquitetura e urbanismo não possam ser eventualmente separados.

      Por fim, não entendi muito bem esta frase: “Faça o que voce quiser mas aprenda a fazer e não use as ferramentas da burocracia para se apoiar, e fazer disso uma vida profissional.” Refere-se ao texto indicado no post?

      Abraços, sem perder a ternura.
      Renato.

      1. Tatiana Moraes says:

        Boa tarde, amei seu post e seus argumentos. bem válidos.
        Bom, sou leiga no assunto, ainda nem ingressei na faculdade. Mas já percebi, pela “grande qualidade urbanística brasileira” (só que não) que o curso de Arquitetura e Urbanismo não estão dando certo juntos.
        Comparo com a qualidade urbanística de países europeus, o Canadá e Estados Unidos, vejo que estalos beeeeem atrasados nesse assunto. Eles tem o curso: Architecture, para quem quer ser arquiteto e Urban Planning pra quem ser urbanista. Separar as funções oferecendo cursos de qualidade em ambas as áreas, com excelência sabe?!
        Então, o Brasil precisa entender a urgência de uma seria discussão sobre o assunto. Pois urbanismo e arquitetura se completam, mas precisam de cursos separados para serem melhor estudados e aplicados no país.
        Enfim, minha leiga opinião.
        Abraços!!

    2. Antonio Soares says:

      Ângelo,

      Apoiado.
      Sugiro que se mude o título de “arquiteto e urbanista” para “arquiteto”.
      A palavra “e urbanismo” não faz sentido no título e gera muita confusão.
      Quem quer projetar arquitetura tem que fazer o curso de arquitetura, da mesma forma quem quiser fazer plano diretor, paisagismo, construir edifícios, projetos diversos na construção civil etc.

  3. Cassio says:

    A referida “menina da Bahia” é egressa do primeiro curso de Bacharelado em Urbanismo do Brasil, sim, quer você queira ou não, assim com também sou!

    E seu eu quisesse fazer um curso de Arquitetura, hoje aqui em Salvador e região há 5 cursos de arquitetura.

    O cerne da questão é pura e simplesmente reserva de mercado, o que ficou bem claro com o apostilamento do título a partir daquela famosa resolução do antigo Conselho Nacional de Educação.

    Saudações

  4. João Pena says:

    A referida “menina da Bahia” é a urbanista Glória Cecília. Eu também sou urbanista e egresso não apenas do primeiro, mas do único curso de Bacharelado em Urbanismo do Brasil.

    Concordo com as preocupações de Renato Saboya.

    Acredito que a preocupação coorporativista (evidente também no texto do Ângelo Arruda) impede que muitos consigam enxergar o que está a um palmo dos olhos.
    A cidade é um ambiente de múltiplas relações, de modo que não podemos reduzí-la a um conjunto de edificações apenas. Ela é mais que isso, é política, economia, ambiente de sociabilidade e produção cultural, de conflitos e partilhas…

    Eu também poderia ter feito arquitetura, pois como Cássio disse, há inúmeros cursos na Bahia. Mas, eu comparei as grades curriculares de Urbanismo (UNEB) e desses outros cursos e percebi que se eu queria ser URBANISTA e trabalhar com CIDADE, tais cursos de arquitetura não atenderiam às minhas expectativas e pretensões.

    “Quanto ao texto da menina da Bahia, sem comentários” (ARRUDA). Isso realmente revela a (in)capacidade de debate sobre a questão.

    Saudações urbanísticas.

    1. Conceição Paulino says:

      Concordo! Sou graduada em história e tenho mestrado em arquitetura e urbanismo. Fui para essa área por me interessar por história do urbanismo e da cidade. Já vi professores falarem que os graduandos destes cursos, estão longe de conseguir realizar projetos urbanos com segurança. A grade curricular extensa e pesada, com assuntos passados muitas vezes de forma superficial, deixa a desejar. Isso não quer dizer que não exista bons profissionais no mercado (se especializar depende de cada um), mas penso que é por isso que algumas cidades não funcionam, urbanisticamente falando! O que tenho visto é que as soluções para os problemas urbanos que são apresentadas, são as piores possíveis e não resolvem nada. Torço de verdade que novos cursos de urbanismo sejam criados, as nossas cidades agradecem!

    2. Antonio Soares says:

      É uma pena João, mas, para fazer projetos urbanos você tem que estudar arquitetura, mas, pode ser urbanista sem estudar, pois todos os que moram em cidades são parte dela e parte do urbano.

  5. Andrea Lise says:

    Caro Renato,
    Acabei de ingressar no Mestrado em Planejamento Urbano, que foi a unica maneira que encontrei de me aprofundar no assunto, apesar de ser formada em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie. Ainda estou bem confusa,mas por ser um curso que aceita formações diversas (geografos, na maioria, pedagogos, psicologos,administradores,etc) sinto que faltam elementos de formação (da arquitetura)na discussão da cidade como espaço vivo,por ex.
    Tive a oportunidade de ser aceita para um Master Program em Urban Planning, na Suecia (não iniciei pois tive que retornar ao Brasil …) e pelas disciplinas que iriam ser abordadas, vi que muitas questões da Arquitetura,em relação ao Planejamento Urbano, iriam ser aprofundadas,alem de outras mais especificas ao projeto urbano , e acredito que no Brasil (apesar de todas as diferenças culturais) tambem poderiamos tomar esse caminho : ter cursos de Urbanismo que retomem questões importantes da arquitetura,mas que incorporem tambem, questões filosoficas, historicas, econômicas, etc…
    Eu acredito que para ser Urbanista, alem de ter de “entender” do espaço fisico e suas relações, é tambem necessario compreender todas as variaveis que resultam na construção desse espaço fisico.
    Enfim, é só uma opinião de uma mestranda em inicio de curso, mas ansiosa pelo conhecimento.

    Abraços

    Andrea Lise

  6. Matheus M Reis says:

    Olá, é a minha primeira visita ao site e estou surpreso por encontrar tantas informações sobre Urbanismo em arquitetura. Estou no primeiro período do curso de Arquitetura e Urbanismo na PUC-Campinas, e tenho demostrado desde já o meu interesse pelos estudos urbanísticos, porém raramente encontro algo na internet que fale sobre a carreira do profissional quando este se dedica ao planejamento urbano, pois tenho dúvidas quanto as dificuldades enfrentadas por quem decide trabalhar nessa área, principalmente no setor público, no Brasil. Se possível, gostaria de informações sobre como é a vida desse profissional, as dificuldades e desafios, além das oportunidades no nosso país.

    Obrigado desde já! estarei sempre acompanhando suas postagens.

    1. Andrea Lise says:

      Ola Matheus,
      Tambem estou em busca dessas respostas …
      Boa sorte

  7. Fagner says:

    Olá Renato,

    Muito interessantes e ponderadas não só a sua pergunta quanto a sua argumentação diante da prepotência acrítica de certos “filhotes da ditadura” que ainda insistem em impor a sua opinião sobre os outros.

    Mantenha sempre a sua mente aberta e sua capacidade de diálogo com as diferentes opiniões.

    Quanto ao curso de urbanismo (UNEB), sou egresso e reconheço suas dificuldades. Porém, dificuldades existem em todos os cursos. Tenho enorme orgulho da minha formação e entendo que em um mundo que cada dia se urbaniza mais, precisamos sim de um profissional que reflita esse novo momento. Não para substituir as formações já existentes, mas para somar novos esforços em direção a uma cidade melhor.

    Continue no seu processo de busca e aprendizagem, independente dos reacionários que, em vã pretensão, querem ser donos da verdade.

  8. sergio hespanha says:

    Eu gostaria de escrever ‘um monte’ aqui sobre o assunto, que me interessa muito, mas não posso neste momento, então vou dizer só pouco. Pôs-se em questão várias e complexas ‘coisas’, embora todas relacionadas, mas que não necessariamente precisam ser abordadas juntas; se juntas, fica mais difícil. A formação, (talvez com ela) a construção de um campo do conhecimento (repercutindo na definição das formações), a atribuição profissional (relacionada às possibilidades no mercado de trabalho).

    Considero que o fato de vivermos predominantemente em cidades (no número populacional e na importância e dominância das cidades naquilo que possamos identificar como diverso da cidade – aí o próprio conceito de cidade já fica controverso e temos desdobramentos importantes disto) e se ‘urbanismo’ se refere a elas – para mim, isto é indubitável, mas isto não é consensual -, o urbanismo não constitui possível objeto de estudos de somente uma formação, somente um campo, somente um tipo de atribuição profissional (se organizamos a atuação sobre/acerca da cidade em formações, alimentadas por campos de conhecimento).

    A discussão fica imprópria (como tem sido com freqüência) quando colocada nestes termos. A questão é, qual ‘feição’ da cidade ou do urbanismo, do fenômeno, do ‘corpus’, das interações (etc) urbanas, melhor cabe a que formação, atuação profissional, campo do conhecimento (este último, sempre ‘atualizando-se’ e mudando os demais) e, talvez mais difícil – e a questão de fundo aqui -, como estas diferentes ‘cenas/atores’ podem/devem interagir e sob que base institucional (tudo quanto organize e dê ‘estrutura’/suporte à ação de todos e de modo menos conflituoso, mas sim coordenado – embora, conflitos sempre existirão e eles podem ser úteis, expandindo fronteiras, aprofundando questões…).

    Posto isto, no que se refere aos fatores relativos à forma do espaço físico, no quadro já histórico, nacional e internacional, não há quem possa dar melhores respostas ao problema que requeira elaborar planos e projetos que prevejam qualidades (ou nem tanto; risco sempre a se correr) da forma do espaço físico, que não sejam os arquitetos-urbanistas. Vejam o que significa este hífen.

    A cada ‘tipo de perspectiva’ (e capacidades que ela alimenta), cabe um modo, uma forma de tratar a/da cidade. Todas se complementam, mas é preciso, antes de termos a ‘instituição’ que as defina, depois as agregue, as faça conviver, a alimentar-se mutuamente e produzir as respostas mais completas, que são necessárias, temos que alimentar o desenvolvimento das perspectivas e respectivos conhecimentos de cada tipo de abordagem.
    Como arquiteto-urbanista, digo que quem vê e entende as coisas vislumbrando a formulação de planos-projetos voltados ao problema da forma do espaço físico, tem na perspectiva projetual um inescapável e definitivo modo/forma. E estes são tão particulares, específicos e potentes, a ponto de justificar uma formação, um campo, uma atribuição. O Brasil, ainda que de modo confuso e muito ‘capenga’ (o que deve ser radicalmente mudado, mas para isto as bases deste debate devem ser outras), tem construído uma tradição no que me parece uma boa escolha. Embora não sem seus percalços. O mais fundamental deles tem sido, nas FAUs, pretender-se dar conta de todas as dimensões do urbano. Não se limitando ao que se aproxima mais da formação do arquiteto mais estrito senso – e limitado, erroneamente, dadas as necessárias correlações entre arquitetura e urbanismo -: as questões da forma do espaço físico, fundamentalmente com o projeto, seja o urbano seja o arquitetônico (coisas, cada vez mais, com limites muito imprecisos e difusos; sobre o que, tenho usado a expressão ‘estruturas urbano-arquitetônicas’; muito do que já se concebe em projeto e se realiza em obra reflete isto).

    O geógrafo, o economista, o antropólogo, o sociólogo, o psicólogo, o administrador, o médico/sanitarista etc, todos eles podem e devem ver a cidade de certo particular modo e atuar ‘urbanisticamente’ (diria que até o fazem, mesmo quando não se dão conta e nem usam a expressão ‘urbanismo’). Mas nenhum destes pode conceber em projeto a possível forma que o espaço urbano, em qualquer escala, pode vir a ter. Pelo menos nas condições normais e previstas nos termos das formações que historicamente temos.

    A formação do urbanista (na Bahia ou fora dela), exclusivamente, se não encontra clareza naquilo de que trata (eu diria que tem uma orientação predominante para a formação de um gestor da administração – e produção – do espaço urbano; entenda-se aqui ‘gestor e administrador’ em acepção ampla, não somente sob a perspectiva das atribuições profissionais, mas também em abordagens teóricas), resulta imprópria e insuficiente, pois não poderá dar conta de nenhum dos complexos aspectos que envolvem as cidades de hoje em dia (o que ela é, aliás? são muitas…). Assim, me parece até mesmo impróprio o uso da palavra ‘urbanista’, em exclusivo.

    Sérgio A M Hespanha
    arquiteto-urbanista, professor
    sergiohespanha@gmail.com

  9. Cesar says:

    As formações profissionais se transformam ao longo do tempo em função das mudanças (sociais, tecnológicas, culturais, etc.) da sociedade. Sou arquiteto. Se eu quisesse estudar arquitetura no inicio do século XX teria que fazê-lo em escolas de engenharia ou de belas artes. A formação em Arquitetura é oriunda destas duas áreas de conhecimento, e isso é resultado de novas necessidades da sociedade. Tudo muda. Porque não podemos melhorar a formação de “pessoas que querem trabalhar com a cidade” oferecendo cursos de urbanismo, como existem em muitos outros países. Os cursos de Arquitetura e Urbanismo não conseguem oferecer uma formação mais completa e satisfatória para entender e atuar nas cidades. Apenas em nível de pós-graduação. Só aqui no Brasil esse debate é um tabu? Hoje infelizmente ainda existem arquitetos que pensam que a cidade é exclusividade sua.

  10. Joshua Black Rock says:

    Por décadas algumas profissões foram escarnecidas por conta de suas imprecisões. Me lembro quando meteorologistas e astrólogos eram quase que sinônimos já que tanto um quanto o outro não tinham nenhuma ligação com a realidade. Hoje qualquer um que viva numa cidade – seja pequena ou megalópole – sente que urbanistas não tem nenhuma importância ou influência no que quer que seja e, nas vezes que conseguem alguma ingerência é para piorar o que já esta ruim.
    Uma pena.
    O urbanismo brasileiro parou no Plano Piloto e nem nisso se deu bem…

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