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Calcular medidas sintáticas através do Depthmap

Visão geral

O processo de calcular as medidas sintáticas no Depthmap é relativamente simples. Em linhas gerais, é preciso importar um mapa axial em DXF (Autocad), transformá-lo em Mapa Axial, definir, se for o caso, os pontos em que as linhas se cruzam mas não devem estar conectadas, e rodar a análise.

Para instalar o Depthmap, acesse esta página e baixe a versão desejada. Nossa recomendação é que seja utilizada a versão X[Net], porque ela pode ser usada também em conjunto com o QGIS (em breve em novo tutorial). No momento que escrevo este tutorial, a versão X[Net] pode ser encontrada no link com o nome  “depthmapX-0.30-Windows.zip”. Basta fazer o download e descompactar o conteúdo para uma pasta no seu HD. Em seguida, clique duas vezes sobre o arquivo “depthmapX.exe”. Para verificar se é a versão correta, veja se DepthmapX[net] aparece em uma tela como essa:

DepthmapX[net]

Cálculo das medidas axiais

1. No CAD, exportar linhas axiais em dxf, ou baixar um mapa axial já pronto como aqueles disponíveis neste repositório;

2. No Depthmap, criar um novo projeto: File > New;

3. Importar o DXF: Map > Import…;

4. Converter para Mapa Axial: Map > convert Drawing Map – New Map Type: Axial Map (o resultado deve ser o mapa colorido de acordo com a conectividade);

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5. Se houver unlinks (pontos em que as linhas se cruzam mas não deve haver conectividade, interromper processo aqui e continuar depois de executar as instruções do item “Criação dos unlinks”, abaixo);

6. Rodar a análise sintática: Tools > Axial / Convex Pesh > Run Graph Analysis;

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7. Selecionar Radius: n,3 (e outros, conforme desejar);

8. Marcar caixa “Include Choice (betweenness)”;

9. OK;

10. As medidas serão calculadas (dependendo do tamanho do sistema, pode demorar um pouco) e apresentadas em uma lista à esquerda. Clicando em cada medida, o mapa será atualizado.

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Criação dos unlinks

Em alguns mapas, há pontos em que as linhas axiais se cruzam mas não deve haver conectividade, tais como viadutos, túneis, etc. Nesse caso, é preciso indicar ao Deptmap quais são esses pontos. Para isso:

1. Clicar na Ferramenta unLink, que fica à direita da barra de ferramentas. O botão deve mostrar dois quadrados, sendo um deles vermelho. Caso esteja mostrando o quadrado verde, clique na setinha à direita e selecione o comando unLink.

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2. Clicar nas duas linhas axiais que devem ser desconectadas. Uma circunferência como as da imagem abaixo deve aparecer em cada intersecção desconectada. Para certificar-se de que funcionou, selecione a ferramenta de Seleção (uma seta branca) para sair do modo unLink e passe o cursor sobre a linha para verificar seu novo valor de conectividade.

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Medidas baseadas em segmentos

O mapa de segmentos é um tipo de representação mais recente na Teoria da Sintaxe Espacial, e sua forma padrão combina as seguintes propriedades:

  • Distância angular entre segmentos, isto é, a distância é dada de acordo com o ângulo que segmentos adjacentes formam entre si: a ângulos suaves são atribuídas distâncias pequenas ou próximas de zero (simulando o comportamento da linha axial); a ângulos mais agudos, são atribuídas distâncias maiores.
  • Raios métricos, isto é, as medidas que consideram apenas a localização dentro de um raio especificado são obtidas com raios métricos (e não topológicos, como é o caso dos mapas axiais).

Para fazer um mapa de segmentos no Depthmap, é preciso já ter realizado o mapa axial, conforme descrito acima. Depois disso, é só seguir os passos abaixo.

1. Transformar o Mapa Axial em Mapa de Segmentos: Map > Convert Active Map;

2. Selecionar New Map Type: Segment Map;

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3. Se quiser manter as medidas sintáticas obtidas no Mapa Axial, marcar a caixa de seleção “Copy attributes to new map”;

4. A opção “Remove axial stubs less than” permite remover automaticamente aquelas partes das linhas axiais que fazem a sobreposição do cruzamento (muito útil para a etapa de desenho e checagem das linhas axiais no CAD). Bill Hillier defende o valor de 40% para esse parâmetro. A versão original do Depthmap usava 25%. Provavelmente qualquer valor dentro desses limites esteja ok, mas é bom checar o resultado, especialmente pequenas ruas sem saída que podem ser eliminadas incorretamente.

5. Calcular as medidas sintáticas: Tools > Segment > Run Angular Segment Analysis…

6. Na caixa de diálogo que se abre, selecione os parâmetros como na imagem abaixo. Os raios podem ser adaptados conforme os objetivos da análise e preferências da analista. A grosso modo, um raio de 400m equivale a 5 minutos de caminhada.

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7. Ok.

8. O processamento pode demorar um pouco, dependendo do tamanho do sistema. O resultado deve ser como o da imagem abaixo, com as medidas baseadas em segmento precedidas pelo texto “T1024”. Da mesma forma como no mapa axial, clicando em cada medida é possível visualizar seu mapa.

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Brasil Santa Catarina

Florianópolis e Área Conurbada

Download

Faça o download do mapa e materiais complementares aqui.

Descrição Geral

Mapa axial da Área Conurbada de Florianópolis, incluindo São José, Palhoça, Biguaçu e Florianópolis. Considera barreiras aos veículos (vias com duas pistas, por exemplo, estão representadas por 2 linhas axiais).

Está incluído também um shapefile com as duas medidas mais básicas (Integração e Escolha) calculadas para linhas axiais para o raio global (n) e o raio 3. Pode ser usada diretamente em um SIG para análises iniciais básicas. Análises mais aprofundadas precisam ser recalculadas usando o Depthmap (tutorial aqui) ou a combinação QGIS + Plugin Space Syntaxe Toolkit + Depthmap XNet.

Créditos

Mapas axiais de São José e Biguaçu Bianca Coelho (GranFpolis) em 2015.

Mapas axiais de Palhoça e Florianópolis elaborados pelo Grupo de Pesquisa Desenho Urbano e Paisagem (GDUP) – UFSC – 2013: Amanda Carvalho, Gabriel Vespucci, Timóteo Schroeder, Renato Saboya.

Adaptação para veículos e complementação por GDUP e Associação dos Municípios da Grande Florianópolis – 2015: Bruna Kronenberger (GDUP), Bianca Coelho (GranFpolis).

Revisão e correções (Florianópolis) por Renato T. de Saboya – 2015-2016.

Base cartográfica

O mapa foi elaborado sobre as bases cartográficas cadastrais de cada município, posicionadas nas coordenadas corretas no AutoCad. No caso de Florianópolis, a base é a do geoprocessamento da Prefeitura conforme situação em 2012.

A atualização feita em 2015 utilizou a ortofotocarta da SDS a partir de levantamento realizado entre 2010 e 2012.

Informações técnicas

Sistema de projeção: EPSG 31982 – SIRGAS2000 – UTM-22S

Medidas em metros.

Changelog

v.4.06 – Pequenas adições de linhas axiais feitas no Sambaqui. Uma via relativamente contínua estava desconectada. Seis novas linhas foram criadas. (08/05/2016)

v.4.05 – Pequena correção feita no posicionamento das linhas axiais para adequar-se melhor ao shapefile de lotes de Florianópolis na projeção Sirgas2000. Havia pontos em que as linhas penetravam as barreiras. Linhas axiais de dentro da UFSC, passando pelo estacionamento do CSE, foram removidas. Foi também incluído o shapefile para os unlinks com traços, que pode ser usado no QGIS para indicar linhas que se cruzam no desenho mas não possuem conexão na realidade (por exemplo, viadutos).

v.4.04 – Apesar de o mapa ser mais direcionado aos veículos, o calçadão da Felipe Schmidt foi reconvertido em linha axial pois não parecia uma representação adequada.

v.4.03 – Pequenas correções feitas no mapa axial de Florianópolis – adequação às barreiras ao movimento de veículos e complementação de algumas linhas (ruas) que estavam faltando em Florianópolis.

v.4.02 – Correções feitas a partir do plugin “Space Syntax Toolkit” para os municípios de Palhoça, Biguaçu e São José(Bianca Coelho).

v.4.01 – Correções feitas a partir do plugin “Space Syntax Toolkit” para o Município de Florianópolis (Renato Saboya).