O urbanista, o engenheiro, o geógrafo, enfim, todos os profissionais que podem se considerar planejadores urbanos (e são muitos!) estudam durante vários anos, depois se especializam, ralam muito, investem horas, dias, anos em cima de livros, cadernos, estudos de caso, dados estatísticos e muitos outros tipos de informação, tudo para se capacitarem a, de alguma forma, ajudar a melhorar um pouco a cidade em que vivem ou em que trabalham.
Então, sem mais nem menos, vem um grupo de pessoas comprometidas com interesses muito particulares e passam por cima de todos os estudos e reflexões feitos e dos instrumentos adotados para tentar dar uma ordenação mínima para a cidade.
Não que o Plano Diretor de Florianópolis seja um modelo de plano bem feito, longe disso, mas assim já é demais. Uma condição sine qua non para que os planos funcionem, como já defendi, é um mínimo de robustez na sua aplicação, de forma que as decisões relativas à implementação do plano possam contar com certa estabilidade da direção adotada, se a intenção é surtir um efeito significativo e não iniciativas isoladas e desarticuladas entre si.
As últimas gravações da Operação Moeda Verde liberadas pela imprensa são um tapa na cara de qualquer profissional sério que trabalhe com planejamento urbano. Só para se ter uma idéia, veja a seguinte frase dita por um funcionário de uma grande incorporadora que atua na Ilha: “Botei (a escola numa APP), mas eu tô há anos mudando o Plano Diretor pra encaixar a escola ali, né?”
Assim fica difícil…
parabéns pelo blog. Muito interessante…sou geógrafo e acabo de entrar no mestrado em geografia, tendo como projeto a análise da confecção de planos diretores e a efetiva participação popular. Acredito que as informações encontradas nesse “espaço” ajudaram bastante. Abraço e parabéns pelo trabalho. Flávio