Planejamento Urbano e Política andam sempre juntos. Na verdade, tudo anda junto com a Política, uma vez que somos seres humanos, e por isso estamos sempre conversando, convivendo, comunicando, negociando, acordando…
Mas no caso do planejamento essa relação é muito mais intensa, já que as decisões envolvendo o “interesse público” sempre acabam passando pelas mãos daqueles eleitos democraticamente pelo povo que são, ao menos em teoria, aqueles com maior capacidade de decidir em nosso nome. A prática mostra que isso raramente é verdade. A virada participativa dos últimos anos no Brasil (e décadas em outros países mais avançados) é uma prova cabal de que os nossos representantes não têm sido muito competentes nessa representação, e de que é preciso criar canais mais capilarizados de participação nos processos decisórios, sob pena de ficarmos para sempre aprisionados em redes de favorecimento, paternalismo, disputa partidária e, especialmente corrupção, muita corrupção.
O caso do arquivamento das denúncias contra o Presidente do Senado, José Sarney, mostra que o interesse público é a menor das preocupações, mesmo em um partido tradicionalmente ligado às causas populares, como é o caso do PT. É importante nessa hora manter a consciência de que os todos os senadores que votaram – contra ou a favor – estavam mais preocupados com os jogos do poder do que necessariamente com a ética no trato da coisa pública. Não tenho a menor ilusão de que os senadores da oposição que votaram contra o arquivamento o fizeram por seu apego à ética e justiça. Duvido seriamente que, se o acusado fosse alguém da sua coligação de forças e peça-chave no seu jogo de interesses, eles continuariam votando contra o arquivamento.
Ainda assim, eu esperava mais do PT.
Uma das formas de evitar esses problemas, a meu ver, é aumentar a consciência sobre quem está nos representando, de forma a tentar ir “depurando”, a cada eleição, os nossos representante. Não há um candidato ideal? Vote no menos pior. Quem sabe ele não abre uma pequena brecha para que outros menos piores apareçam, e assim sucessivamente, até termos candidatos em quem realmente confiamos e que fazem por merecer essa confiança? Mudar tudo de uma hora para outra é impossível, mas eu acredito piamente na possibilidade de irmos melhorando um pouquinho de cada vez.
Esse aumento de consciência deve passar, necessariamente, por maior circulação das informações. Portanto, esta é uma tentativa de fazer a minha parte:
Senadores que votaram A FAVOR do arquivamento:
Wellington Salgado (PMDB-MG) – Não (contra as denúncias que envolvem Sarney)
Inácio Arruda (PC do B-CE) – Não
Romeu Tuma (PTB-SP) – Não (vota como corregedor do Senado, que tem assento no Conselho de Ética)
Senadores que votaram CONTRA o arquivamento:
Demóstenes Torres (DEM-GO) – Sim
Marisa Serrano (PSDB-MS) – Sim
Renato, concordo com tudo o que vc escreveu e lhe dou os parabéns por “fazer a sua parte”. Acredito que se todos fizermos isso uma mudança pode acontecer. Abraço,
Dude.