Desde os tempos da faculdade, e principalmente depois de formado, lecionando no curso de Arquitetura e Urbanismo e participando de bancas de graduação, eu tenho um interesse especial pelos meios de intervenção no espaço urbano, especificamente pela diferença entre plano e projeto.
É muito comum trabalhos de graduação que “misturam” esses dois conceitos de uma forma não muito consciente e, por isso mesmo, não muito amadurecida, apresentando sérios problemas conceituais. Plano e projeto devem ser misturados, devem trabalhar em conjunto, mas é necessário um bom entendimento das suas diferenças e peculiaridades para que o trabalho final faça sentido.
Um projeto, no estrito sentido de um projeto urbano, é um esquema organizativo que oferece orientações àqueles responsáveis por executá-los. No caso de uma praça, por exemplo, um projeto deve definir as áreas calçadas e as áreas verdes, a localização dos bancos e demais mobiliários, as dimensões de todos os elementos, os materiais utilizados na pavimentação, e por aí afora.
Um plano urbano também oferece orientações, mas não aos executores da obra, e sim aos profissionais responsáveis pela elaboração dos projetos. O objetivo do plano, portanto, é garantir que os projetos isolados tenham uma noção de conjunto, ou seja, que o resultado de uma série de projetos individuais contribua para atingir objetivos coletivos. Devem constar dos planos elementos de orientação aos projetos, tais como diretrizes de localização (e não a localização propriamente dita) de usos e atividades, limit es à ocupação, intenções de traçado viário e de conexões urbanas (e não a definição precisa da via, que deve ser objeto de um projeto posterior), e assim por diante. E claro que diante da diversidade de situações encontradas pelos urbanistas, igualmente diversos são os elementos que podem constar de um plano.
Um plano gera cenários e oferece orientações para projetos.
Nos trabalhos dos cursos de arquitetura, é muito comum ver confusão quanto a esses aspectos. Assim, são frequentes os trabalhos que se propõem a fazer uma reestruturação de um setor da cidade (como uma área central, por exemplo), e o estudante propõe, além de novas ruas e usos a serem incentivados, edificações com o projeto completo detalhando inclusive que tipo de atividades comerciais se desenvolverão nos espaços propostos (“- Aqui haverá uma floricultura, ali vai ser um restaurante…”).
Ora, salvo raríssimas exceções, não é assim que funciona na “vida real”. Um projeto de reestruturação urbana é, na verdade, um plano, que deve fornecer orientações, diretrizes, incentivos e limitações a toda uma série de intervenções autônomas que, no final das contas, devem obedecer aos objetivos traçados. Um projeto de edificação é uma dessas intervenções, e não pode (ou pelo menos não deve) ser tratado juntamente com o plano como uma coisa só.
Excepcionalmente, por se tratar de um trabalho acadêmico, isso poderia ser permitido (e até mesmo incentivado) caso o aluno mantivesse a perspectiva e soubesse diferenciar até onde seu trabalho está propondo um plano, e a partir de que ponto ele propõe um projeto para exercitar a aplicação do plano. No caso da reestruturação urbana citado acima, o aluno poderia, depois de exposto e definido o plano, propor um projeto que se encaixasse nas suas diretrizes, com um discurso do tipo “- Aqui, como um exemplo da aplicação do plano aos projetos subsequentes, apresento uma possibilidade de projeto para o museu / praça / centro comercial”.
Um plano gera cenários, que são representações das possibilidades de desdobramentos a partir da interpretação das suas diretrizes. Assim, um zoneamento tradicional, por exemplo, pode gerar cenários do tipo de ocupação que tende a resultar de suas diretrizes. É possível saber se serão prédios ou casinhas isoladas, mas não é possível saber se o edifício comercial terá ou não uma floricultura, ou se as janelas serão arredondadas ou em fita.
Ola, Renato
Sou estudante de Arquitetura, estou desenvolvendo meu trabalho de Graduação sobre uma reestruturação urbana de um centro secundário na cidade do Recife e não consigo encontrar estudo de casos sobre esse tema.
Gostaria de uma ajuda de sua parte pois só encontro trabalhos academicos sobre o tema e na verdade eu preciso de algo que foi executado realmente.
Obrigado pela sua atenção
Espero anciosa por alguma ajuda
Rafaela Nemesio
olá professor estou fazendo um trabalho sobre projeto, plano, planejamento e urbanismo e preciso de artigos em que eu possa encontrar conceitos, fundamentos, normas, tendencias entre outros aspectos.
agradeço a atenção
jordania natalia
MUI BOM